Arthur Muhlenberg: “Mais fortes são os poderes do povo”

O original pensador cearense Falcão, ainda não devidamente reconhecido nos círculos acadêmicos, já dizia no século passado, em precisa referencia à atividade legislativa, que o dinheiro não é tudo, mas é 100%. Uma dura e cruel verdade que se confirma a cada dia nas páginas dedicadas à política auriverde e ainda tem tempo de fazer uma hora extra na seção de esportes.

Foi só o Flamengo baixar o preço dos ingressos para que as habituais multidões que historicamente seguem o Mais Querido pelos gramados do mundo livre, temporariamente afastadas dos nossos estádios gentrificados, afluíssem aos magotes para lotar o Maracanã até em horários não republicanos, emprestando ares de grandes jogos às peladas mais desimportantes do excessivo calendário rubro-negro.

Mas dizer que foi só o Flamengo baixar os preços é um eufemismo brutal. A brusca guinada que o Flamengo deu na ortodoxa política de precificação que vinha praticando desde 2013 equivale, guardadas as devidas proporções, a um governo liberal, mas não desenvolvimentista, acordar de ovo virado e convocar seus Chicago Boys para determinar uma radical redução de impostos, dessa vez não apenas para os ricos, mas para os pobres. Anátema! A torcida, que é o único contribuinte da Nação, percebeu na hora que o gerente estava maluco e correu às bilheterias.

O resultado foram arquibancadas lotadas numa quinta-feira às 19:30h, no Rio de Janeiro um tradicional horário de corno, para uma pelada interdivisional que em uma conjuntura econômica diversa não atrairia nem 20% dos 55 mil celerados que, afetando grande preocupação com o desfecho das oitavas de final da Copa do Brasil, foram ao Maracanã para exibir suas roupas, cantar seus cantos, se ver e se aplaudir.

O jogo em si foi uma bobagem das mais esquecíveis, ainda bem que foi baratinho. O empate sem gols e sem qualquer momento memorável, fora umas rabiscadas esparsas, se deveu muito mais a um visível desgaste físico da nossa rapaziada do que aos talentos defensivos da Ponte Preta, que em nenhum momento pareceu confiar em suas próprias forças para alterar as previsões dos gato-mestres. Cá pra nós, a macaca chegou mais longe do que o mais otimista dos jornalistas paulistas poderia sonhar.

O cansaço do time do Flamengo é plenamente justificável, há um mês que tem jogado de 3 em 3 dias e tem feito da correria uma de suas marcas distintivas. Uma hora vagabundo prega mesmo, até os mais jovens sentiram a pressão, os mais coroas então. . . nem cavalo aguenta. Mas se o resultado sem graça não deixou a galera fazer aquela festa bonita na hora do gol que não rolou pelo menos manteve a honrosa invencibilidade e garantiu a obrigatória passagem para a próxima fase. Nego não era nem besta de ficar pelas oitavas. Só sei que o pessoal saiu do Maraca cantando, com uma única preocupação aparente: onde que o Diego vai entrar nesse time. Problema do Barbieri, não é estudioso? Se vira aí, cumpadi.

Jogo ruim, mas comprovou a tese de que com a casa cheia fica até mais tolerável não esculachar um time da Série B. Agora é torcer para que o New Deal rubro-negro possa perdurar. E que não venham com continhas cretinas para justificar retrocessos de caráter socioeconômico. Negociar um novo acordo com os mão-grande do Maracanã será essencial, o que parece que inclusive já rolou. Nada como um aninho eleitoral para colocar aquele fogo gostoso no rabo da nossa cartolada.

Mengão Sempre

Reprodução: Arthur Muhlenberg | República Paz & Amor

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