Arthur Muhlenberg: “Talvez não seja uma má ideia”

Foi um pouco à contragosto que paramos por um mês para assistir à Copa e, nas melhores famílias, aprender mais um pouco sobre o futebol. Para o rubro-negro uma parada absolutamente desnecessária e corta-onda. O futebol jogado na Copa não foi a coca-cola que se anunciava e de útil mesmo só aprendemos a pronunciar corretamente o nome de um belga (se diz Debróyne) e da capital croata (se diz Zágreb). Apenas os terraplanistas acreditavam que o Flamengo, desfalcado definitivamente de Vinicius Junior, Vizeu e Jonas, e com o reforço de Uribe e, vá lá, Guerrero e Trauco, voltaria à disputa do Brasileiro em condição igual ou melhor do que quando parou. A lógica se opunha fortemente à essa visão otimista de mundo.

Se pratrasmente as coisas não estavam perfeitas para o Flamengo, que surfava uma liderança com alguma consistência, prafrentemente a tendência é de acentuada piora. Não apenas pelos desfalques, que à exceção de Vinicius Junior são facilmente assimiláveis, mas, principalmente pela melhora dos adversários, seja pelo efeito da chegada de reforços ou das defecções sofridas pelos mesmos (se livrar de perebas muitas vezes supera as vantagens de trazer reforços). Mas também pela já conhecida incapacidade dos nossos dirigentes em qualificar o elenco através de contratações durante as janelas de transferência. Esse pessoal não sabe trabalhar com deadline.

Se os alemão deram alguns moles pra nós no primeiro quarto do campeonato, e efetivamente deram, tudo indica que isso vá mudar nos 25 jogos que nos restam. E nem precisamos desconsiderar a antipatia natural e histórica que a Comissão de Arbitragem da CBF por nós cultiva. Até aí tudo bem, vagabundo torcendo contra o Flamengo não é nenhuma novidade. Ainda mais em ano eleitoral quando os vapores mefíticos das campanhas contaminam muitos flamenguistas, que se concedem o direito, supostamente em nome de um bem maior, de torcer contra nossas cores na maior cara de pau.

Somemos a isto o inevitável realinhamento das forças anti-flamengas em sua missão eterna de afastar a Nação de títulos e glórias de maior significado. Nesse sentido toda a algazarra provocada pela permanência do Flamengo na liderança do Brasileiro durante algumas rodadas serviu de alerta para a alemãozada sem vergonha e malvestida se melhorar. O São Paulo, ainda que não seja um real postulante ao título, aparentemente jogou essa janela melhor que o Flamengo.

A Copa acabou, o Brasileiro voltou e o Flamengo recebeu a bambizada no Maraca visivelmente despreparado para a missão de manter a imagem construída com empenho, tenacidade, e alguma sorte, nas 12 primeiras rodadas do Brasileiro. Flamengo entrou em campo visivelmente de pau mole, como se acreditasse que os 4 pontos que o separavam do adversário fossem uma barreira intransponível. Erro fatal. Muitos responsabilizarão Rômulo pela ineficiência do meio-de-campo, o que é injusto. Rômulo é pereba, indiscutível, mas não perdeu o jogo sozinho.

O estudioso Barbieri, agora efetivado, mandou muito mal na escalação. E Rômulo nem entra nessa conta, já que era o único volante em condição de jogo no elenco. Muito mais difícil é justificar a escalação de Réver, cujo prazo de validade, como o de Juan, já se expirou há umas 50 rodadas. Se formos falar de Matheus Sávio e Trauco vai ficar parecendo perseguição e não estamos aqui pra promover linchamentos. Mas não resta dúvida de que Barbieri não colocou em campo o que o Flamengo tinha de melhor. E o que tínhamos de melhor e entrou em campo não estava numa noite inspirada, o que ainda que não justifique, explica o resultado, ao meu ver, justo.

Guerrero, Diego, Paquetá e Everton Ribeiro estiveram muito abaixo de suas médias, Marlos foi mais uma vez inconclusivo e o resto da trupe foi sofrível e nem merece menção nominal. Uma noite frustrante e que enseja preocupação. É evidente que a volta de Cuellar e a efetivação de Uribe, que estreou sem brilhar, não serão suficientes pra fazer o Flamengo voar no campeonato. De positivo na noite de quarta-feira apenas a reunião de rubro-negros no Maraca, sempre espetacular e grandiosa. Mas sabidamente insuficiente para garantir o Hepta. Assim fica muito difícil a manutenção do oba-oba. O que talvez não seja uma má ideia.

Mengão Sempre

Reprodução: Arthur Muhlenberg | República Paz & Amor

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