Arthur Muhlenberg: “A fila andou”

Desandou a maionese no Flamengo. Após a inconcebível derrota para o Foguinho, Ricardo Lomba, até então reconhecidamente manso VP de Futebol, mandou um sincerão ao vivaço pra imprensa escrita, falada e televisada. O desabafo vicepresidencial, feito ainda sobre os escombros fumegantes do vexame, evoluiu no dia seguinte para um passaralho impiedoso que avoou sanguinário pelo Ninho do Urubu, eliminando Rodrigo Caetano, Carpegiani, Jaime de Almeida, Mozer et caterva dos quadros funcionais do Flamengo Inc. Mudanças há muitas eras pedidas pela torcida e que chegam com lamentável atraso. Mas que enfim chegaram.

Rodrigo Caetano vinha granjeando antipatias praticamente desde sua chegada em 2015 e a sua evidente incapacidade de montar um elenco fodão mesmo com dinheiro na mão demorou tempo demais para ser percebida. Quer dizer, demorou a ser percebida por quem tinha o poder para mudar alguma coisa, porque a torcida sacou logo que o estilo de Caetano no Flamengo não ia vingar. Mas é aquele negócio, o tolo não vê a mesma árvore que o sábio vê. Manda quem pode, obedece quem tem juízo.

Gostei de ver o poder de reação da diretoria. Agindo com determinação e firmeza conseguiram, em menos de 24 horas, jogar 3 meses de trabalho e preparação no lixo. Não sou contra as mudanças, obviamente. Mas pergunto, na superboa. Depois daquele 2017 de merda custava ter mandado esses caras todos embora em janeiro? E chamou atenção também a aleatoriedade desse petit coup d’etat no Futebol. Foi quase uma casualidade. Se a bola que o Dourado cabeceou no pau tivesse entrado o Lomba não ficaria puto, desceria pro vestiário, ia todo mundo comemorar na churrascaria e hoje os demitidos ainda estariam todos lá.

Por enquanto é melhor deixar de lado as motivações políticas, que delas esse ano no Flamengo ninguém escapa, e aproveitar o que essa intervenção no futebol pode trazer de positivo. Como, por exemplo, um novo treinador. Carpegiani se deixou flambar na fogueira das vaidades, foi trazido pra ser coordenador, foi quebrar o galho como técnico e maculou nosso cartel com derrotas pra Fluminense, Macaé e, essa foi mesmo imperdoável, Foguinho. Aí, meu irmão, não há Libertadores ou Mundial que segurem.

Mas ficou tudo tão complicado no futebol moderno. Não adianta nem ficar especulando quem será o treinador, quem tem a primazia de montar o elenco, escolhendo o treinador, inclusive, é o executivo do futebol. Hoje anunciaram que o cargo será ocupado pelo Carlos Noval, que é o chefão da base. Tempo de casa e um bom currículo o cara tem, resta saber se conseguirá se mover no profissional com a mesma desenvoltura que mostrou nas categorias de base. Uma coisa já desconfio, Noval pouco apitará na escolha do novo treinador. E talvez seja até bom, porque se o Noval fosse buscar alguém de sua confiança e com bom retrospecto certamente ele escolheria o Zé Ricardo. O que talvez não fosse corretamente interpretado pela esclarecida torcida do Flamengo.

A torcida tem seus motivos e muitas antipatias pessoais para ficar preocupada com os nomes até agora especulados pela guilda dos jornalistas. Dorival, Dunga, Felipão, Cuca… é o terror! Mas dificilmente aparecerá alguém diferente e tudo leva a crer que será o Cuca, já com duas passagens esquecíveis pelo Flamengo. Cuca é garantia de um futebol sem graça e muita abobrinha no extracampo. A única vantagem do Cuca é que ele diz estar em um ano sabático. Como o Flamengo aparentemente também está, poderia até dar certo. Mas é só.

Quem imaginaria que uma derrota pro time sem vergonha do Foguinho pudesse gerar tantas consequências? A derrota em si já se constituiu num fenômeno extraordinário. Mas extraordinário mesmo é o Flamengo ganhar alguma coisa em ano de eleição. Resumindo, o Flamengo, hoje, é só incerteza. É por essas paradas que o brasileiro comum se identifica cada vez mais com o Flamengo. Março ainda nem acabou e já estamos com o ano totalmente comprometido. É por isso que somos o verdadeiro time do povo.

Reprodução: República Paz e Amor

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