Verdadeiros Rubro-Negros
Após a terrível eliminação de 17/05, em Buenos Aires, chamou a atenção o fato de o Presidente do Flamengo, em entrevista, ter declarado: “Eu sei que tem algumas pessoas que estão comemorando, que já devem estar no Twitter, falsos rubro-negros que sempre torceram contra.”
Não se sabe se o objetivo de Eduardo Bandeira de Mello foi, mesmo no calor de uma contundente derrota, atingir Luiz Eduardo Baptista, o Bap, ou Wallim Vasconcellos, seus desafetos declarados, mas o fato é que a inusitada declaração soou arrogante e mexeu com os brios de grande parte dos torcedores rubro-negros, os quais, a título de ironia, passaram a seu autodenominarem “falsos” em seus perfis.
A postura do Presidente, criticada muitas vezes pelo excesso de comedimento e pela aparente passividade, teve tom de bravata e confirmou à Nação uma péssima característica, talvez de Eduardo Bandeira de Mello, talvez de seus aliados: a de não admitir erros e a de achar que resultados financeiros – fantásticos, aliás – justificam todo o resto, em especial a leniência com eliminações toscas e a falta de uma cobrança firme junto ao técnico e a alguns jogadores do elenco, os quais recebem polpudas remunerações, rigorosamente em dia.
Com efeito, sabe-se amplamente que o técnico Zé Ricardo, apesar de seu potencial, tem pouca experiência, especialmente em torneios eliminatórios de peso. Sabe-se também que o próprio Zé Ricardo abusa de lançar jogadores medíocres, os quais tiram espaço dos jovens vindos das nossas divisões de base.
É visível que o elenco, apesar de mais qualificado que os das temporadas anteriores, detém deficiências no gol, na zaga, na cabeça de área e nas pontas, isso sem falar de alguns jogadores sem gana vencedora e que “tiram o pé” nas horas difíceis.
Ora, então por qual motivo o Presidente do Clube, mesmo exaltando os avanços administrativos e financeiros, não pode, humildemente, atentar às críticas construtivas, vinda de comentaristas esportivos e de torcedores, menos ou mais ilustres?
As pessoas que criticam, lançando mão de argumentos plausíveis, normalmente querem ver os erros corrigidos, querem o bem do Flamengo e almejam ter o prazer de voltar a assistir um time que honre verdadeiramente as centenárias tradições rubro-negras.
O próprio Zico, que sempre se dispôs a ajudar o Clube e a participar de todas as campanhas e eventos propostos pela gestão atual, tem feito críticas e sugestões que merecem ser ouvidas, pois, além de ídolo-mor da Nação, ele é vasto conhecedor de futebol e do Flamengo.
Desta forma, sem deixar de reconhecer os avanços, que foram muitos, a hora é de a Diretoria falar menos e corrigir urgentemente os pontos falhos, sem ter medo de, se necessário, cortar na própria pele ou dar meia volta em algumas estratégias.
O “sangue nos olhos” dos jogadores depende do “sangue nos olhos” de seus comandantes, a começar pelos dirigentes, que precisam mostrar liderança e autoridade.
O Flamengo é uma instituição gigantesca e nunca haverá satisfação total de sua aficionada massa torcedora enquanto o Clube não voltar ao seu lugar de efetivo destaque no cenário nacional e internacional.
O “ISTO AQUI É FLAMENGO” não pode virar expressão retórica, restrita à magnitude da torcida e da história rubro-negra!
O “ISTO AQUI É FLAMENGO” deve se traduzir em postura enfática e vencedora de todos no Clube, a começar pelo Presidente.
O Flamengo precisa relampejar de vez em quando para que o trem volte aos trilhos das grandes conquistas. Nada de acomodação… Nada de conformismo… Há ainda muito a fazer e a Nação tem pressa!
E, dos verdadeiros rubro-negros, a Diretoria deve esperar não apenas elogios. Já dizia Santo Agostinho: “Prefiro os que me criticam, porque me corrigem, aos que me elogiam, porque me corrompem”.
Vamos, Flamengo!
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